O que faz parte do adestramento de gatos? Descubra!

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Quando se trata de adestramento de gatos, você já reparou como existe um consenso não declarado que felinos simplesmente “fazem o que querem” e, portanto, não aprendem comandos? Essa visão rende discussões nas redes sociais, mas distorce a real capacidade dos bichanos. O adestramento de gatos funciona, sim, porque eles formam associações rápidas entre ações e recompensas; o que muda é a motivação. 

Enquanto o cachorro topa sentar só para ganhar nosso sorriso, o gato prefere algo palpável: petisco saboroso, caça simulada ou aquele afago preciso na base das orelhas. Quando entendemos essa moeda de troca, surge um universo inteiro de comportamentos que podem ser ensinados ou corrigidos — do uso ideal da caixa de areia ao famoso “vem cá” que salva escapadas pela porta. 

Pensando nisso, trouxemos esse artigo! Vamos quebrar o mito da inabilidade felina, mostrar as diferenças de método em relação aos cães e guiar você por técnicas simples, seguras e, principalmente, respeitosas ao jeito independente que tanto admiramos nos nossos petfriends. Vamos lá!

É mesmo possível adestrar gatos?

Quando alguém compara gatos e cães, logo surge a crença de que o felino age “por conta própria” e, portanto, não aceita comandos. 

Esse mito nasceu de um simples detalhe biológico: cães foram domesticados para colaborar com humanos em caçadas e proteção; já os gatos se aproximaram das vilas pela caça aos roedores, é o que afirma uma entrevista elaborada pela BBC com Daniel Mills, professor de Veterinária comportamental na Universidade de Lincoln (Reino Unido); a reportagem A mais exaustiva biografia dos gatos já feita pela ciência, elaborada pelo Jornal El País; e o artigo The Evolution of House Cats, publicado na revista Scientific American. 

Gatos continuam independentes, mas independência não significa indiferença. Estudos de cognição felina mostram que o gato presta atenção ao tom de voz do tutor, associa sons ao recebimento de comida e responde à rotina de reforços. A diferença central está na moeda de troca. Enquanto o cão costuma trabalhar por aprovação social, o gato prefere recompensa tangível: petisco saboroso, brinquedo que se move ou sessão de carinho na região do queixo. Quando o tutor entende essa preferência, o processo flui.

O que podemos ensinar aos felinos da casa?

O uso correto da caixa de areia exemplifica o primeiro aprendizado. O tutor posiciona a caixa em local calmo, garante substrato limpo e, assim que percebe o felino farejando o piso, coloca-o gentilmente no interior da caixa. Sempre que o gato utiliza o local, recebe um elogio verbal suave e um petisco minúsculo. Em poucos dias, a associação consolida-se.

Outro ensinamento muito solicitado envolve arranhadores. Em vez de repreender quando o sofá vira alvo dos arranhões, apresentamos um poste firme, coberto de sisal, perto do móvel danificado. No instante em que o gato toca a superfície permitida, o tutor faz o click do marcador sonoro e oferece a guloseima. A repetição cria hábito e salva a mobília. 

Para ampliar o repertório, apresentamos brinquedos que estimulam a inteligência e desviam atenção de objetos proibidos, garantindo diversão contínua e treinamento constante. Comandos simples, como vir ao chamado, também entram na lista. Escolha uma palavra curta, pronuncie-a sempre no mesmo tom e, quando o felino aproximar-se, libere a recompensa. 

Aos poucos, aumente a distância e varie o ambiente. Esse exercício fortalece o vínculo e ajuda em emergências, como a necessidade de recolher o gato antes de uma visita que abre a porta.

Quais técnicas básicas que funcionam no dia a dia?

O reforço positivo é a estrela do adestramento. O processo segue uma sequência: emitir o sinal (palavra ou clicker), observar o comportamento desejado e recompensar. O gato aprende porque controla o ambiente: “se tocar o arranhador, ganho algo bom; se pular a mesa, nada acontece.” A paciência conta muito, já que alguns felinos precisam de mais repetições para fixar padrão.

Brinquedos interativos entram como aliados. Bolas que liberam ração a cada empurrão, túneis que escondem objetos e fontes de água em movimento mantêm o felino ocupado enquanto reforçam comandos de busca e de aproximação. 

Para que essas técnicas realmente rendam frutos, mantenha sessões curtas — cinco a dez minutos bastam — e distribua-as ao longo do dia; assim o gato não se frustra, associa o treino a momentos de diversão e evita o tédio que leva muitos felinos a simplesmente abandonar a brincadeira. 

Comece com petiscos que realmente agradem o seu pet, depois, passe gradualmente para recompensas menos calóricas e, por fim, substitua o alimento por elogios ou brincadeiras rápidas, criando um esquema de reforço variável que mantém o interesse sem prejudicar a dieta.

Quais comportamentos o adestramento ajuda a evitar?

Arranhaduras fora do lugar, mordidas durante a brincadeira, vocalização noturna excessiva e escapadas pela porta são queixas frequentes. Todas elas cedem ao manejo adequado. Se o gato morde as mãos ao brincar, troque seus dedos por um brinquedo de vara longa que afaste a presa humana. 

Quando ele mia de madrugada, aumente o gasto energético antes de dormir, ofereça refeição leve e crie rotina previsível. Esses ajustes simples reduzem estresse e mantêm o comportamento sob controle. É importante descobrir outros equívocos comuns e mitos envolvendo gatos, assim você evita estratégias ultrapassadas, como borrifar água no focinho, que apenas geram medo.

Qual o papel do tutor?

Nenhum programa de aprendizagem prospera sem constância. O tutor funciona como maestro, definindo horários, escolhendo recompensas e avaliando progresso. Quando a família toda adota os mesmos comandos e mantém o mesmo tom de voz, o gato recebe mensagem clara, aprende rápido e apresenta menor taxa de regressão. 

Sempre que surgir dificuldade, vale filmar a sessão e rever a própria postura. Às vezes, o intervalo entre o comportamento e o petisco está longo demais e o gato não conecta causa e efeito. Pequenos ajustes recuperam o ritmo.

A participação ativa inclui preparar o ambiente. Uma caixa de areia extra por andar, arranhadores posicionados próximo a locais de descanso e prateleiras altas estimulam a exploração vertical e canalizam energia. Ao mesmo tempo, exames veterinários em dia evitam que dor ou desconforto atrapalhem o aprendizado. 

Notou que o adestramento de gatos é possível e traz benefícios enormes ao bem-estar do felino e à harmonia da casa? Quando usamos reforço positivo, brinquedos e acessórios adequados e rotina consistente, o gato aprende a usar a caixa de areia, prefere o arranhador ao sofá, atende ao chamado e, de quebra, fortalece o vínculo com o tutor. 

Se estas dicas ajudaram, mostre ao mundo como o seu petfriend evolui dia após dia: compartilhe este conteúdo nas redes sociais e inspire outros tutores a transformar mitos em convivência feliz!

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