A esporotricose felina é uma doença que tem trazido preocupações para os veterinários porque tem se espalhado rapidamente pelo país. Isso acontece muito, principalmente, por ainda termos um alto número de gatos nas ruas que não foram resgatados e adotados e por tutores deixarem seus animais saírem para “dar uma voltinha” e poderem ser contagiados nas ruas.
Se você tem um animal que está com feridas na pele e não sabe a causa, pode ser essa doença. Por isso, é muito importante que você saiba identificá-la e tome as medidas necessárias quanto antes para cuidar do seu pet.
Para te ajudar nesse sentido, neste artigo vamos explicar o que é esporotricose felina, a importância de observar essa doença e quais são as fases que ela apresenta. Também vamos mostrar as formas de contágio, mitos e verdades sobre o assunto, bem como, sintomas, diagnóstico, tratamento e prevenção. Boa leitura!
O que é esporotricose felina?
A esporotricose felina é uma doença dermatológica contagiosa, considerada uma zoonose tratável, sendo considerada, uma epidemia em algumas regiões no Brasil. Isso se deve ao alto volume de animais, com risco de escalar ainda mais, principalmente porque ela avança rapidamente nos gatos que estão na rua.
Por que é importante observar essa doença?
A esporotricose pode parecer inofensiva no começo, por apresentar-se com feridinhas pequenas, mas, na verdade, ela precisa de observação atenta por parte dos tutores.
Isso porque quanto mais ela evolui, maior será o tempo de tratamento (que já é bastante longo. Mesmo nos casos iniciais, o recomendado é que ele dure, pelo menos, 60 dias —30 dias para o fechamento das feridas + 30 dias após os sintomas terem desaparecido. Além disso, quanto mais ela evolui, maiores as chances de o quadro trazer complicações.
Por exemplo, em situações mais graves, ela pode trazer comprometimento dos pulmões no gatinho, facilitando o desenvolvimento de pneumonia. Vale lembrar que os felinos são muito sensíveis a quadros respiratórios, aumentando a probabilidade de evolução rápida das doenças, podendo levar o seu amigo a um maior risco de óbito.
O diagnóstico precoce, portanto, é fundamental para um bom prognóstico para os gatinhos. Por isso, logo ao primeiro sinal de feridas que não fecham, com aspecto ulcerativo, leve o seu gato no veterinário.
Quais as fases?
A esporotricose pode ser encontrada em três fases. Quanto antes o tratamento for realizado e o animal for curado, menos ela evoluirá até a última fase. Vejamos a seguir mais sobre cada uma delas:
- cutânea localizada — formam-se as primeiras feridas nodulares, vermelhas, que podem estar localizadas em uma região específica (como nariz, orelha ou patas) ou aparecer em vários lugares da pele;
- cutânea linfática — as lesões começam a progredir na pele e também afetam o sistema linfático do animal;
- cutânea disseminada — nessa fase a doença se espalha por outras regiões e todo o organismo do animal fica afetado — as úlceras ficam cada vez maiores e outros órgãos também sofrem com o seu avanço, comprometendo articulações, ossos e pulmões.
Pode ser transmitida para humanos?
A resposta é: sim. A esporotricose é uma zoonose, o que significa que os animais podem passá-la para humanos. Isso pode acontecer de várias formas. No caso da esporotricose felina, o arranhão do gato que tenha a doença pode gerar a transmissão.
Por isso, caso você vá tratar um animal com a doença, tenha cuidado para não ser ferido nesse momento. Basta utilizar luvas ao dar as medicações, por exemplo.
Caso ainda assim você pegue esporotricose, não se preocupe. É uma zoonose com tratamento, necessitando apenas seguir o indicado pelo seu médico de confiança para não ter maiores complicações.
Quais as causas?
A esporotricose é causada pelo fungo Sporothrix schenckii. Originalmente ele é encontrado principalmente em algumas plantas (por exemplo, espinhos de rosas), mas também pode estar presente em outros locais, tais como:
- farpas;
- vegetais;
- madeiras, entre outros.
Como ela é transmitida?
A transmissão é feita a partir do contato do fungo com alguma ferida na pele do felino ou quando ele se arranha em uma planta que contenha o agente. Por exemplo, se há uma briga com gato infectado com esporotricose, pode acontecer a transmissão de um para o outro.
Quais os mitos e verdades?
A esporotricose passa por muitas lendas, que prejudicam tanto o diagnóstico quanto o tratamento do gatinho. Por isso, é importante conhecer os mitos e verdades sobre o assunto, conforme mostramos a seguir.
O gato precisa ficar isolado
Verdade. Como gatos são territorialistas e tendem a entrar em brigas, até mesmo como brincadeiras, nesse momento a doença pode ser passada para outros gatinhos em casa.
É uma doença exclusiva de gatos
Mito. Ela pode ser transmitida para humanos e para outros animais (cachorros, por exemplo). Por isso, o isolamento precisa ser de todos os animais.
A doença precisa ser tratada mesmo após as lesões sumirem
Verdade. Por ser uma lesão fúngica, é preciso postergar, já que é possível o fungo estar no organismo mesmo após as feridas fecharem.
O gato precisa ser sacrificado
Mito. Esse é o maior mito e, infelizmente, o mais difundido sobre a doença. O tratamento, apesar de longo, permite que seu gato possa viver feliz, saudável e curar a doença.
Quais os sinais da doença?
Os sintomas da esporotricose são:
- nódulos de 1 cm a 3 cm na parte debaixo da pele;
- falhas de pelos;
- lesões ulceradas que não cicatrizam e tendem a aumentar com o tempo;
- “nariz de palhaço” quando há feridas na região (inchaço no focinho);
- feridas com secreções principalmente nas extremidades (orelhas, rabo, focinho, patinhas);
- prostração;
- linfonodos aumentados;
- pode evoluir para dificuldade de respirar e pneumonia, com o risco de levar o gato a óbito.
Como obter o diagnóstico?
Apesar de a esporotricose felina ter lesões muito características, ela pode ser confundida com outra doença que também afeta os gatos e possui sintomas semelhantes: a criptococose. Embora o tratamento utilize a mesma medicação indicada para a esporotricose, é importante obter o diagnóstico diferencial.
Ele é feito por meio da coleta de raspagem do material da lesão e enviado para análise de cultura. A partir disso, é possível verificar se há a presença do fungo na ferida.
Tem Cura?
Sim! A esporotricose, mesmo em quadros mais graves, tem cura, desde que haja o comprometimento do tutor em relação ao tratamento.
As medicações precisam ser feitas diariamente, pelo tempo que o veterinário indicar. Nos casos em que isso não acontece, a doença pode voltar depois e ser necessário manter um tratamento mais longo. Então siga as orientações do veterinário a risca, viu?
Ao final, seu gato estará saudável, feliz e não transmitirá a doença para outros animais da casa. Após a alta, vida normal!
Como tratar?
O tratamento é feito com antifúngico (normalmente o Itraconazol) e, em alguns casos, é possível combiná-lo com Iodeto de Potássio para potencializar as chances de evitar recidivas da doença (ou em quadros que a esporotricose tenha se apresentado de forma mais grave).
Mas se você tem um gatinho com sinais de esporotricose, é fundamental que você busque o veterinário de confiança e não o medique por conta própria. Isso é importante porque, conforme comentamos, os sintomas de esporotricose são muito semelhantes aos da criptococose. Dessa forma, somente o veterinário consegue avaliar e definir qual é realmente o caso.
Além disso, a medicação para o tratamento de esporotricose deve ser utilizada a longo prazo (entre 60 a 180 dias, dependendo da resposta do felino) e ela pode afetar o fígado do gatinho. Nesse sentido, o veterinário fará o acompanhamento durante todo o tratamento para verificar os indicadores de proteção do fígado e, em caso de alteração, ele entrará com medicações de proteção do órgão ou definir novos protocolos de tratamento.
O mais importante disso é que mesmo sendo prolongado, o tratamento apresenta alta eficácia e em breve seu gato deve estar curado da esporotricose.
Quais as formas de prevenção?
A principal forma de prevenção da esporotricose felina é evitar que seu gato tenha acesso à rua. Afinal, você não consegue controlar o contato que ele terá com outros animais que possam estar infectados com o fungo. Por isso, coloque telas nas janelas e evite que ele dê as famosas voltinhas. Essa proteção é importante tanto para prevenir a esporotricose, que é uma doença curável, quanto para evitar que ele tenha doenças que, infelizmente, não possuem cura e são muito graves, como no caso da FIV e FeLV.
Tome cuidado com novos animais:
Além disso, é importante sempre tomar cuidado ao trazer novos animais para contato com aqueles que você já tem em casa. Isso porque, normalmente, nesse momento, há muitas brigas durante a adaptação e se o novato estiver infectado, pode transmitir para os seus animais. Então, até passar pela avaliação do veterinário, é importante que eles fiquem isolados.
A esporotricose felina precisa ter atenção dos tutores para proteger os gatinhos e garantir um tratamento antes que ela evolua e o quadro possa ficar complicado. Como vimos, quando devidamente tratada, ela pode ser curada e seu gato deve ficar completamente recuperado. Por isso, se o seu animal está com feridas que não estão cicatrizando, busque um veterinário de confiança para garantir um tratamento mais rápido e adequado.
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